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Saúde

Incontinência fecal, a “epidemia silenciosa” da qual pouco se fala


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Imagine-se correndo para o banheiro o tempo todo, mas nunca chegar a tempo. A incontinência fecal afeta aproximadamente 2% da população mundial, principalmente as mulheres, sendo o trauma obstétrico a causa mais comum. No entanto, é um assunto tabu sobre o qual pouco se fala.

Além da incapacidade de controlar a emissão de gases ou fezes, há também a vergonha, o que faz com que muitos sofram em silêncio enquanto os sintomas vão minando a qualidade de vida. Tanto que há pacientes que nem buscam ajuda médica.

No entanto, hoje existem tratamentos que podem melhorar significativamente o grau de continência, minimizando o problema”, afirma António Manso, coordenador do Centro de Referência do Câncer de Reto do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra-Portugal, em entrevista ao Lifestyle ao Minuto. Quando os poucos medicamentos disponíveis ou a reabilitação do assoalho pélvico não têm sucesso, é necessário recorrer a outros tipos de tratamento, como a estimulação das raízes sacrais através da neuromodulação. Comprovadamente eficaz, para muitos é o início de uma nova vida.

É uma epidemia silenciosa, com poucos pacientes buscando ajuda.

O que é incontinência fecal?

Trata-se da perda involuntária de fezes líquidas ou sólidas com frequência regular.

É a mesma coisa que diarreia?

Pode haver incontinência fecal em episódios de diarreia, portanto não pode ser considerada uma condição independente se estiver associada a diarreia crônica (mais de cinco evacuações líquidas diárias).

Quais são os fatores de risco?

Principalmente ser do sexo feminino e ter mais de 70 anos.

Há alguma forma de prevenção?

Não. A única forma de prevenção é evitar o trauma obstétrico.

O tratamento mais eficaz é, de longe, a estimulação nervosa sacral, com taxas de sucesso acima de 70%.

Quais são as principais implicações na qualidade de vida dos pacientes?

O impacto na qualidade de vida varia e nem sempre está relacionado ao número de episódios de incontinência, mas pode ser grave.

Existe cura?

Existem tratamentos que podem melhorar significativamente o grau de continência, minimizando o problema. É difícil falar em cura no sentido estrito da palavra.

Quais são os tratamentos? E qual deles tem a taxa de sucesso mais alta?

O tratamento mais eficaz, de longe, é a estimulação nervosa sacral, com taxas de sucesso acima de 70%. Além da plastia do esfíncter anal em casos graves de lesões, todos os outros tratamentos, como graciloplastia ou esfíncter anal artificial, perderam terreno ao longo dos anos e foram descontinuados ou têm aplicação limitada.

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